Joey morava na rua 9, a poucos passos de St. Mark’s Place e do Bowery, no meio do burburinho alternativo de Nova York. Não era difícil encontrá-lo andando pela rua ou checando a Kim’s Video atrás de algum filme de terror bizarro. Ele fazia parte da paisagem local.
Na época, Joey já lutava contra um linfoma. Sua saúde frágil foi uma das razões para o fim dos Ramones, cinco anos antes. O cara não agüentava mais excursionar. Depois do fim dos Ramones, ele continuou ligado à música, mas tirou o pé do acelerador. Estava cansado. Mesmo assim, fazia shows, produziu um disco de Ronnie Spector e ajudava uma banda chamada The Independents, que adorava.
Joey disse q o fim dos Ramones nao foi bem do jeito q ele esperava. Para quem não lembra, o último show da banda rolou em Los Angeles, em 1996. E por que em Los Angeles, e não em Nova York? De fato, não fazia sentido a banda mais nova-iorquina do mundo encerrar a carreira do outro lado do país. Acontece que Johnny Ramone havia se mudado para a Califórnia, e se recusava a sair de lá. Ou era lá, ou não haveria show de despedida. Joey, que sonhava com um concerto no Madison Square Garden, teve de engolir.
Todo mundo sabia q Joey e Jhonny nao se bicavam. Eram os verdadeiros donos da banda, os dois integrantes originais que resistiram até o fim. E mal se falaram por 20 anos.
Não podia existir dois caras tão diferentes: Joey era de esquerda, Johnny, de direita. Joey odiava esportes, Johnny era louco pelos Yankees. Joey era mais aberto, falava com todo mundo, enquanto Johnny era caladão e na dele.
E pra piorar, a namorada de Joey largou ele pra ficar com Jhonny e se casar com ele.
O que ninguém sabia, na época, é que Johnny também batalhava um câncer de próstata, que o mataria em 2004.
Quando os Ramones acabaram, Johnny abandonou a música: vendeu suas guitarras Mosrite (dizem que para Eddie Vedder) e passou seus últimos anos no sol californiano, ao lado de amigos como John Frusciante, Lux Interior e Poison Ivy e, acredite, Lisa-Marie Presley.
E Joey, numa manhã de Janeiro, depois de uma nevasca q deixou as ruas de Nova York cobertas de gelo, correu para pegar um taxi, escorregou e quebrou a bacia, e foi para o hospital, de onde saiu morto.
Foi homenagiado em um trecho da rua com seu nome em uma placa. ''Joey Ramone Place'' . A placa tem o privilégio de ser a mais roubada da história da cidade de NY. Por isso a prefeitura da cidade decidiu colocar placa a 4 metros do chão.
''Agora, só jogadores da NBA conseguem ler a placa”, brincou Marky Ramone. Nem Joey, que media quase dois metros, conseguiria ler o próprio nome
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